quarta-feira, 8 de maio de 2013

Acordar


Ruas cheias de vazio
com árvores secas
vozes roucas
e metal frio

Ecoando um atrito
de fazer os dentes rangerem
as pedras rolarem
e os corações temerem

Temo que nunca acorde
para a doce realidade do sonho
estarei sempre preso
neste pesadelo medonho

Enfatizado com inutilidade
sangue, mortalidade
jovens, infantilidade
triste realidade

Nem um terremoto
que treme o mundo
é capaz de me acordar
deste sono profundo

A solução que temos
do sonho que compartilhamos
que é do sonho escapar
é simplesmente esperar

Aguardar o véu negro do sono
cobrir nossa mente
para podermos acordar dispostos
assim que os pilares largarem seus postos

E tomar poder do mundo
real ou abstrato
me apego ao fato
de ser o melhor que posso

Aqui ou lá
Tento me desapegar
Nada dali ou daqui
quero levar,
não, não, não,
Nada quero lembrar

E que assim seja
tal qual um sonho distante
guardado no inconsciente
que tais vis lembranças
sejam trancafiadas e escondidas de minha mente

-Henrique P. Rodrigues

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