sexta-feira, 7 de junho de 2013
Apenas Pó
As vezes sinto-me só
E olho o fundo da xícara
Somos pó
Na solidão recíproca
Perco-me neste lago negro
Que me mantém acordado
Apenas para deixar marcado
Na lembrança desta alma
Nem mesmo a escuridão me acalma
O silencio então apenas me afoga
No cheiro torpe e gosto amargo
Que restam na boca depois do beijo
Que nem me lembro mais como era
Agora me sobra apenas o café
Que sempre me acompanha
Nas noites frias e quentes
Felizes e ausentes
Sempre ouvindo meus pensamentos
Vendo meus sorrisos e lamentos
A cada gole se vai
Apenas para me manter de pé
E sobrar-me mais tempo para reclamar
E perceber
Que
Estou só
Mas no fim
Somos apenas pó
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