terça-feira, 29 de abril de 2014

O Punk, O Caminhoneiro e O Frentista

O ronco do motor era o único som que se ouvia em quilômetros. Uma moto negra, com estofados de couro, mais parecia um corcel negro montado por um Cavaleiro do apocalipse. Porém era na verdade uma moto velha e acabada, sendo conduzida por um Punk, com moicano, piercings, tatoos, cigarro na boca e o que mais os punks precisam para serem punks hoje em dia. O Punk parou sua moto em um posto de gasolina, o único sinal de civilização que via em muitas horas.

-Encha o tanque - Disse O Punk para O Frentista.

"Hahaha" ouvia-se ao fundo, "moto! aquilo é uma moto?". O Punk olhou na direção e viu O Caminhoneiro junto de dois amigos. Ele se aproximou do trio e disse.

- Peça desculpas!

- O que? - Perguntou O Caminhoneiro enquanto as risadas cessavam.

- Peça desculpas à minha moto! Você a ofendeu!

- Ha! Não tente me fazer acreditar que aquilo é uma moto!

O Punk levou a mão a centímetros da cintura, e os dois amigos do Caminhoneiro também o fizeram.

- Calma, calma. Vamos fazer isso como homens, vamos para a estrada - Falou O Caminhoneiro, se dirigindo para o meio da estrada. Seus companheiros começaram a segui-lo, mas foram impedidos pelo Caminhoneiro.

-Está tudo bem. Vocês três terão o que merecem - Disse O Punk. O Caminhoneiro apenas bufou e soltou seus amigos que o seguiram.

Ao se posicionarem, os frentistas se aproximaram, e O Frentista disse:

- Não quero confusão no meu posto rapazes - E Ele e seu amigo posicionaram suas mãos ao lado do quadril.

A gasolina corria pela bomba até o tanque da moto, produzindo um leve chiar.

- Assim que o tanque encher - Disse O Caminhoneiro.

A bomba parou. O chiado parou. Silêncio.

BANG. BANG. BANG.

Uma bola de feno foi levada pelo vento até parar ao lado da moto. Um pé com coturno chutou o feno,  O Punk subiu na moto, e partiu. Deixando seu cigarro para trás, junto a um show de luzes e fogos.

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